Empresários que desejam pagar menos impostos precisam tomar uma das decisões mais importantes do planejamento tributário: escolher o regime certo para a sua empresa. Entre as opções disponíveis fora do Simples Nacional, os regimes de Lucro Presumido e Lucro Real merecem atenção especial.

Cada modelo possui regras específicas, vantagens e desvantagens, e a escolha equivocada pode aumentar consideravelmente a carga tributária da empresa. Neste artigo, vamos mostrar as principais diferenças entre esses dois regimes e como descobrir qual é o mais vantajoso para o seu negócio.

O que é o Lucro Presumido? 📘

O Lucro Presumido é um regime simplificado de apuração de tributos federais. A Receita Federal presume uma margem de lucro com base na atividade da empresa, e é sobre essa margem que se calcula o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

As alíquotas variam de acordo com o setor, sendo geralmente:

• 8% sobre a receita bruta para atividades comerciais e industriais

• 32% para serviços

Além disso, há cobrança separada de PIS (0,65%) e COFINS (3%), em regime cumulativo, o que não permite abatimento de créditos fiscais.

📌 Indicado para: empresas com margens de lucro maiores que as presumidas pela Receita ou com baixa despesa operacional.

E o Lucro Real? 📕

Já o Lucro Real exige uma contabilidade mais detalhada, pois os tributos são calculados sobre o lucro líquido efetivamente apurado — ou seja, o resultado real da empresa após todas as receitas e despesas.

Isso permite deduzir despesas operacionais e financeiras, além de aproveitar créditos fiscais de PIS e COFINS, que aqui são não cumulativos, com alíquotas maiores: 1,65% e 7,6%, respectivamente.

📌 Indicado para: empresas com margens de lucro baixas, que possuem muitas despesas dedutíveis ou operam com prejuízo em parte do ano.

Comparativo entre Lucro Presumido e Lucro Real ⚖️

🔹 Cálculo dos tributos:
– Lucro Presumido: Baseado em uma margem de lucro presumida pela Receita Federal, de acordo com o tipo de atividade.
– Lucro Real: Calculado sobre o lucro líquido efetivamente apurado pela empresa.

🔹 Complexidade:
– Lucro Presumido: Mais simples, com menos obrigações acessórias.
– Lucro Real: Mais complexo, exigindo escrituração contábil completa e controles rigorosos.

🔹 PIS e COFINS:
– Lucro Presumido: Regime cumulativo (sem direito a créditos), com alíquotas menores.
– Lucro Real: Regime não cumulativo (com direito a créditos), com alíquotas maiores.

🔹 Possibilidade de deduções:
– Lucro Presumido: Limitada, pois a base de cálculo é fixa.
– Lucro Real: Ampla, permitindo deduzir despesas operacionais e financeiras.

🔹 Perfil ideal de empresa:
– Lucro Presumido: Empresas com margens de lucro altas e despesas operacionais reduzidas.
– Lucro Real: Empresas com margens baixas, grande volume de despesas ou sazonalidade no faturamento.

🔹 Obrigações acessórias:
– Lucro Presumido: Menor volume de declarações e exigências.
– Lucro Real: Maior exigência documental e controle contábil detalhado.

Qual regime reduz mais a carga tributária? 💡

A resposta é: depende. Cada empresa tem um perfil diferente e uma análise superficial pode levar a uma escolha errada. Enquanto o Lucro Presumido simplifica a rotina fiscal e pode ser mais vantajoso em empresas com alta rentabilidade, o Lucro Real permite um aproveitamento mais estratégico de despesas e créditos fiscais.

Inclusive, empresas que possuem variação de lucro ao longo do ano, como setores sazonais, podem se beneficiar do Lucro Real, reduzindo impostos nos meses de menor faturamento. Já negócios estáveis com lucro constante podem encontrar no Lucro Presumido uma forma de economia tributária com menor complexidade.

Segundo dados da Receita Federal, muitas empresas pagam mais impostos por não realizarem um bom planejamento tributário anual, o que reforça a importância de ter ao lado um contador experiente.

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